Comparação e saúde mental

 
Avatar Ana Carolina C. Christovam Ana Christovam
06/01/2025
 
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#Reflexão #Comparação #Saúde mental #Psicoterapia

A comparação é uma prática tão comum que, muitas vezes, nem percebemos o quanto está presente no nosso dia a dia. Nas redes sociais, no trabalho, nos estudos ou mesmo nas relações pessoais, acabamos sempre nos medindo a partir de outras pessoas. Mas será que essa prática de comparação é saudável? Em que situações ela pode ajudar, e quando se torna um obstáculo para o nosso bem-estar?

Neste post, vamos discutir as armadilhas da comparação e, ao mesmo tempo, explorar uma forma mais saudável de usá-la: como uma ferramenta para medir nosso próprio crescimento e nos ajudar a reajustar nossas metas.

A armadilha da comparação desleal

Um dos principais problemas da comparação é que, muitas vezes, não conhecemos de fato a realidade da outra pessoa. Ao nos compararmos, tomamos como verdade apenas o que vemos, ignorando uma série de aspectos que podem estar invisíveis. Na prática, o que vemos é apenas a “ponta do iceberg” da vida do outro, enquanto estamos completamente cientes das nossas dificuldades, das nossas falhas e dos desafios que enfrentamos diariamente.

Quando nos comparamos sem conhecer a história ou os recursos que o outro possui, a comparação se torna desleal e pode prejudicar a nossa autoestima e autoconfiança. Esse tipo de comparação nos leva a idealizar o outro e desvalorizar as nossas próprias conquistas, causando um ciclo de insatisfação que, ao invés de nos motivar, nos paralisa.

Comparar-se a si mesmo: uma medida de crescimento

Uma forma positiva de comparação é voltar o olhar para nós mesmos, usando o passado como referência. Essa prática permite que mensuremos nosso progresso ao longo do tempo e compreendamos melhor o caminho que estamos trilhando. Se comparamos nossa trajetória com a nossa própria história, conseguimos perceber pequenos avanços, entender onde estamos falhando e até reajustar nossas metas de maneira mais realista.

Essa abordagem tem a vantagem de fortalecer nossa autoestima e promover uma autocompreensão mais compassiva. Ao reconhecer nossos esforços e avanços, mesmo que pequenos, construímos uma base de confiança que nos impulsiona a continuar buscando desenvolvimento pessoal.

Dicas para uma comparação saudável

Foque no seu crescimento pessoal: Ao invés de se concentrar no sucesso dos outros, foque no que você aprendeu e conquistou. Reflita sobre o que mudou em você ao longo do tempo e celebre esses avanços.

Estabeleça metas realistas: Ao se comparar com você mesmo, defina metas atingíveis e acompanhe seu progresso. Lembre-se de que o crescimento é um processo contínuo.

Reconheça suas limitações e valorize suas conquistas: Todos temos áreas em que somos mais ou menos habilidosos. Reconhecer e aceitar essas limitações é parte fundamental do desenvolvimento pessoal.

Utilize a comparação com o outro como uma fonte de inspiração: Se precisar olhar para o outro, use-o como referência de inspiração, não como uma régua. Pergunte-se: “O que posso aprender com essa pessoa que pode me ajudar no meu próprio caminho?”

 

A comparação pode ser uma ferramenta poderosa quando usada com sabedoria. Quando nos comparamos de forma desleal com os outros, acabamos nos prejudicando. Mas ao voltarmos o olhar para nossa própria trajetória, nos fortalecemos e caminhamos com mais segurança. Afinal, a jornada do autoconhecimento é única, e cada um de nós possui seu próprio ritmo.

Portanto, da próxima vez que você se pegar comparando-se com alguém, respire fundo e pergunte-se: “Qual é a minha história? Onde eu estava e onde estou agora?” Esse exercício pode ser libertador e transformador, ajudando a perceber que o verdadeiro crescimento está em se tornar a melhor versão de si mesmo. Esperamos ter ajudado!

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Ana Carolina C. Christovam

Psicóloga formada pela UNIMEP (2008), Mestre (2011) e Doutora (2016) em Educação Especial pela UFSCar, é Diretora do Instituto Vínculo.

Foi professora e cordenadora do Curso de Psicologia das Faculdades Integradas Einstein de Limeira.

Media grupos e realiza supervisão clínica em Análise do Comportamento e em psicologia educacional/escolar. Tem experiência em atendimentos clínicos com crianças, adolescentes e adultos e presta serviços em psicologia escolar.

CRP 06/9246-7